Road Show AsBEA abordou Normas de Desempenho e capacitação para o mercado externo

O objetivo do Road Show AsBEA, de levar capacitação e discutir a NBR 15.575 em suas regionais, foi alcançado com sucesso na primeira edição do evento itinerante, promovido em parceria com a Apex Brasil e sob o patrocínio do Grupo Saint-Gobain Brasil, realizada na terça-feira, 31 de agosto, em Porto Alegre. 
O Teatro do Sinduscon-RS recebeu um bom público, formado por arquitetos que representavam escritórios associados à AsBEA-RS, escritórios não associados, empresas, entidades ligadas à arquitetura e engenharia, além de estudantes. O grupo passou o dia ouvindo as palestras, divididas em dois módulos (mercado e técnico). 
O primeiro módulo começo com a apresentação do arquiteto Ronaldo Rezende, presidente da AsBEA, que discorreu sobre o tema: “O empreendedorismo na Arquitetura – Por que Exportar?”. Apesar do mercado interno altamente aquecido, Rezende defendeu a importância dos escritórios de arquitetura brasileiros se preparem para atuação no exterior. 
Segundo ele, além de novas oportunidades de negócio, essa medida permitirá às empresas melhor qualificação para atender às demandas nacionais e também condições mais favoráveis de se “defender” da concorrência de arquitetos internacionais no Brasil. 
Em seguida, falou ao público a supervisora de projetos da Apex Brasil, Adriana Rodrigues, sobre “A Apex Brasil como instrumento de promoção e fomento à Exportação Brasileira”. Ela destacou que o setor de serviços é o que mais cresce em nossa economia e que a Apex Brasil pode dar o suporte necessário à internacionalização das empresas brasileiras, através de consultoria e fomento financeiro. 
A próxima palestrante foi Carina de Carvalho, gerente do Projeto Exportação AsBEA. A iniciativa trata justamente da internacionalização da arquitetura brasileira. Aberto a todos os escritórios de arquitetura, o projeto é composto por diversas ações, divididas em quatro grupos: institucional, imagem, promoção (negócios/comercial) e inteligência de mercado. 
Carina defendeu a importância da internacionalização como forma de gerar inovação, capacitação e fomentar a eficiência do setor de arquitetura. Acima disso tudo, essa estratégia incentiva uma mudança de filosofia das empresas, com o objetivo de estabelecer padrões mundiais de competitividade. 
A segunda parte do Road Show AsBEA envolveu assuntos de relevância técnica, com foco principal na Norma de Desempenho NBR 15.575. Para abordar a questão, veio de São Paulo a engenheira Maria Angelica Covelo Silva – diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento, que explicou ao público as “Responsabilidades e detalhamento dos requisitos da NBR 15.575 para o projeto de arquitetura”. 
A norma, aprovada em 12 de maio de 2008, entrou em vigor em 12 de maio deste ano, valendo apenas para projetos protocolados nos órgãos responsáveis a partir de 12 de novembro próximo – há, contudo, um movimento no setor defendendo a prorrogação em mais seis meses desse prazo, para 12 de maio de 2011. 
Maria Angelica disse que as Normas de Desempenho implicam em uma nova metodologia de trabalho para as empresas de arquitetura, engenharia e construtoras. A engenheira também ressaltou que a NBR 15.575 tem um papel de regulador de mercado para as incorporadoras, já que impõe uma barreira técnica à entrada de empresas não suficientemente qualificadas. Segundo ela, das 109 mil construtoras registradas no Brasil, metade não possui condições técnicas de operar. 
O conceito de desempenho determina o comportamento de um produto em utilização. Ele deve ter características que o capacitem a cumprir com objetivos e funções para os quais foi projetado. E o desempenho deve ser mantido durante toda a vida útil esperada para o projeto. 
Para o setor de arquitetura e construção, essa normatização terá diversos impactos na forma de realização do trabalho. Os projetos deverão ser adequados às exigências de uso e operação e às condições de exposição para cumprir com os requisitos de desempenho, que obedecem a critérios de desempenho, os quais, por sua vez, são determinados por métodos de avaliação (testes, simulações etc). 
A NBR 15.575 abrange três quesitos: Segurança, Habitabilidade e Sustentabilidade, cada um se dividindo em subcategorias: Segurança – Desempenho Estrutural, Segurança contra incêndio e Segurança no uso e operação; Habitabilidade – Estanqueidade, Desempenhos térmico, acústico e lumínico, Saúde e higiene, Funcionabilidade e acessibilidade, Conforto tátil e Qualidade do ar; Sustentabilidade – Durabilidade, Manutenabilidade e Adequação ambiental. 
Também palestraram no Road Show AsBEA, em Porto Alegre, Julio Moreira, da empresa Top Brands, que explanou sobre “Branding e Marca – A importância da Marca Setorial; o engenheiro Carlos Gabriel Caruy, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Isover / Saint-Gobain, que discursou sobre “Soluções integradas para conforto térmico e acústico: novas tendências e oportunidades”; e o engenheiro Felipe Vergara, da Universidade Federal de Santa Maria, que falou sobre “Os requisitos de desempenho acústico do ponto de vista do projeto de arquitetura”. 
As próximas edições do Road Show AsBEA estão marcadas para o dia 16 de setembro, em Santa Catarina; e 5 de outubro, no Rio de Janeiro.